Alunos denunciam professor da ETEC de Americana por fala homofóbica

Para o docente, adoção por casais gays é moda e acabará com o nascimento de crianças
Professor Roberto Torezan, 67.

Alunos do 2º ano do ensino médio denunciaram o professor Roberto Torezan, de 67 anos, à direção da Etec Polivalente de Americana, após discurso homofóbico em sala de aula. No última quarta-feira, 09, Torezan, professor de matemática, foi gravado pelos estudantes enquanto dizia que não concorda com o casamento gay e a adoção por casais gays. O áudio de oito minutos registrou o discurso de ódio do professor que aconteceu durante a aula da classe ADM2A. 

“Eu sempre fui contra essas coisas, mas já estou aceitando. Por exemplo, dois homens morarem juntos, duas mulheres morarem juntas, não tem problema. Agora falar que vai no cartório, que vai se casar?”, disse o professor. Ele ainda diz que homossexuais querem ser “coluna do meio” e afirma que o curso de graduação em história é o que tem mais alunos da “pá virada”.

Em outro trecho, Torezani expõe um jovem gay dizendo sua profissão, local de trabalho e nome de seu superior no trabalho. O professor conta, revoltado, que foi ao casamento do jovem e se incomodou com o fato do casal declarar que gostaria de ter filhos. 

“Eu fui no casamento, cês acreditam? eu fui no casamento de dois… Aí nesse casamento… É, casamento, se é que a gente pode falar [tom de deboche], bom, é, não vou ficar brigando por causa de…”, disse em aula. 

“Na hora que terminou, eu não lembro quem é que foi, um ou outro, falou assim ‘nós vamos ter muitos filhos’. Que? Dois homens, muitos filhos?”, continuou o professor. 

Questionado pelos alunos, Torezani disse então que se tratava de prostituição casais gays recorrerem à barriga de aluguel. “Peraí então, você quer juntar duas mulher e os outros que vão fazer filho procê? barriga de aluguel? barriga de aluguel? isso mse chama prostituição. isso aí pra mim é ser prostituta”, declarou.. 

Numa escalada de preconceitos e discurso de ódio, o professor continuou. “Você quer ter um filho, mas quem é que vai dar esse filho pra você? Então não era melhor se você homem, gostaria de ser pai, por que não? O que é o normal? Um homem e uma mulher”. 

Uma estudante argumenta que as pessoas nascem gays e não que escolhem a orientação sexual e o professor rebate “aí eu não posso concordar com você. Não tem problema, mas não vai querer ter filho então”. 

“Qual o problema, professor? eles querem dar amor para uma criança, não vão machucar”, questiona uma estudante. Outra complementa “eles podem adotar. É amor, eles vão cuidar”. 

O professor classifica como “moda” a adoção por casais homossexuais e diz que a prática irá fazer com que não nasçam mais crianças. “Eu sou contra. então vamos imaginar que isso vire moda, como é que você vai adotar criança se não tem mais casal que gera filho”.

Contra o discurso de ódio do professor, os estudantes convocaram um protesto em frente à ETEC nesta sexta-feira, 11, às 12h30.

Através da assessoria de imprensa de comunicação, o Centro Paula Souza (CPS) informou que a direção da Etec Polivalente de Americana abriu um procedimento administrativo disciplinar ao tomar conhecimento do caso.

“O Centro Paula Souza não compactua com nenhuma forma de desrespeito e assédio. Seguindo normas regimentais, orienta diretores a abrir apuração preliminar para averiguar eventuais denúncias de estudantes. As equipes de supervisão pedagógica e orientação educacional da instituição têm atuado para mediar o diálogo entre professores e alunos”, diz a nota.

COMENTÁRIOS

5 respostas

  1. Prezado professor, com todo respeito sua fala está desatualizada e seu pensamento estacionado nos anos 1960. Tenho certeza que o senhor usa celular, computador, controle remoto etc, ou seja, naquilo que é conveniente se atualiza. Discordar é um direito, mas RESPEITAR é um dever. Pratique RESPEITO.

  2. Contra todos educadores ou não. Somos homossexuais e somos como qualquer um. Se a pessoa não serve para falar sobre sexualidade humana. Fica quieto ou cai fora. Cansado de trogloditas.

  3. Já estudei no polivalente a uns anos atrás e foi nessa época que entrei em processo de descoberta e acabei sendo arrancado do armário. Foi um momento muito ruim pra mim pois sofri muito bullying e muita pressão psicológica de alunos e professores.

  4. Já estudei aí(no curso de comunicação visual) e conhecia só de vista o Torezan. Estou orgulhoso da molecada dessa escola. Estão de parabéns pela iniciativa. Parece que tem gente que custa evoluir, aí dá nisso.

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