“Bolsonaro é um porco fascista convicto”. Nesses termos, o músico Roger Waters referiu-se ao presidente da República. Waters, ex-músico da banda Pink Floyd, falou com exclusividade para a coluna da jornalista Mônica Bergamo. Dentre os diversos temas abordados na entrevista esteve a gestão da pandemia no Brasil. Categórico, o roqueiro acusou: “De longe, vi a Covid no Brasil e a bagunça pavorosa que o governo fez disso. Tenho lido muito sobre as coisas que Bolsonaro diz. Ele é um porco fascista convicto, como sabemos.”
“Esperamos que as pessoas tenham aprendido uma lição e comecem a entender que a falsa promessa de ‘sou um homem forte, cuidarei de você’ enquanto ferra todos os outros, não vale nada. A palavra deste homem não vale nada, com exceção de que Bolsonaro parece ser honesto sobre o que fala. Ele apenas diz: ‘Eu não me importo com o que você pensa, eu quero ser um ditador e quero que o Exército esteja no controle de tudo’. Pelo menos ele é honesto sobre isso.”- Diz ele sobre o atual presidente.
Não é de hoje que o entrevistado está ligado à política do Brasil. Em 2019, Rogers afirmou para a revista Brooklyn Vegan acreditar que a prisão de Lula foi arbitrária e motivada por razões políticas. “Obviamente, a única razão pela qual Lula está na prisão é porque ele teria vencido a eleição com as duas mãos amarradas nas costas. Se ele pudesse concorrer, o que ele não pôde, porque eles o colocaram na prisão sob acusações falsas de corrupção”.
Em participação especial no evento da campanha lulista “Brasil da Esperança”, ocorrido na última segunda-feira (26/09), Rogers declarou em vídeo que enxerga o Lula como “um candidato verdadeiro e confiável” e disse que o mesmo deve ser apoiado.
Um pouco antes dessa declaração, Rogers também assinou um manifesto que reivindica a criação de um movimento de solidariedade internacional pelo Brasil. Além do músico, personalidades como o filósofo Noam Chomsky e a prefeita de Paris Anne Hidalgo estão entre os mais de 400 signatários. O artista afirma: “A democracia no Brasil hoje precisa do apoio e da vigilância do mundo. Que a Constituição e o sufrágio popular sejam respeitados. Esse apoio é nossa responsabilidade comum”
Em outro momento, o nome de Marielle Franco é lembrado. O astro do rock declara sua admiração e diz querer ver suas ideias semeadas na política brasileira. “Felizmente estamos lá”, afirma ele, em referência a parlamentares que hoje tocam para frente o trabalho da ex-vereadora carioca, assassinada em 2018.
“Tudo o que sei é que estou feliz por ter assinado aquele manifesto. E desejo ao povo do Brasil muita sorte em suas eleições. Se houver mais alguma coisa que eu possa fazer para persuadir as pessoas para que elas, com amor em seus corações, vão às urnas no dia da eleição para eleger o projeto defendido por Marielle Franco, eu o farei.”