Nesta terça-feira, dia 23 de abril, Sidrônio Alves irá a juri popular pelo assassinato de Neurice Torres, militante do MST em Goiás, conhecida como Dona Neura. O julgamento ocorre a quase dois anos depois do feminicídio, Alves será julgado em Minaçu, extremo norte de Goiás.
Neura foi brutalmente assassinada pelo ex-companheiro no assentamento rural Dom Roriz, em Minaçu, onde morava. De acordo com a Polícia Civil, ela foi encontrada morta com a cabeça afundada numa caixa d’água e seminua.
Segundo Amélia Franz, da direção estadual do MST em Goiás, o Movimento exige a condenação de Sidrônio Alves. “Nós, enquanto movimento social, deixamos claro que não permitiremos que a impunidade se faça presente e faremos todos os esforços para alcançarmos a justiça por Dona Neura”. De acordo com Franz, o MST planeja um ato em denúncia ao feminicídio em Minaçu, durante o julgamento.
Segundo o advogado que acompanha o caso, Allan Hanehmann Ferreira, “a expectativa dessa acusação é que a gente realize um julgamento limpo, que traga toda a verdade, que colham os depoimentos das testemunhas, os quais confirmam, com todos os indícios e provas, a autoria do homicídio realizado por Sidronio.”
Dona Neura foi encontrada morta seminua, com a cabeça afundada em uma caixa d’água, no assentamento rural Dom Roriz, em Minaçu.
As investigações da Polícia Civil apontam que Sidronio é o principal responsável pelo crime. Ele estava separado de Neurice desde 2017, quando ela o denunciou por agressão e tentativa da estupro. Sidronio foi preso em 8 de outubro de 2022, após ficar quase um mês foragido.
Instantes antes de morrer, Neurice enviou mensagem a uma das filhas dizendo que estava com medo porque o ex-marido rondava a casa onde vivia. O assentamento fica na zona rural de Minaçu
Dona Neura, como era conhecida, foi assassinada em setembro de 2022 – Arquivo pessoal