ACM Neto e vice se declaram como pardos ao Tribunal Superior Eleitoral

O candidato ACM Neto, e sua vice, Ana Coelho, se autodeclararam como pardos; o que garante acesso a uma maior quantia de fundo partidário
Negritude de conveniência: ACM Neto e sua vice declararam-se "pardos"; IBGE registra pardos como negros
Negritude de conveniência: ACM Neto e sua vice declararam-se "pardos"; IBGE registra pardos como negros

O candidato a governador do estado da Bahia, ACM Neto (União Brasil), se autodeclarou pardo ao registrar sua candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neto, que já foi prefeito da cidade de Salvador entre os anos de 2013 e 2021, agora tenta pela primeira vez alcançar o cargo de governador. O candidato já havia se autodeclarado pardo nas eleições de 2016, quando foi reeleito em Salvador com 73,99% dos votos. ACM Neto é neto de Antônio Carlos Magalhães, que foi governador da Bahia, e é dirigente de uma das maiores emissoras do estado, a Rede Bahia, que é filiada à Rede Globo. 

Por Camilla Almeida

Sua candidata a vice, Ana Coelho (Republicanos), também se autodeclarou parda. Nova na política, Coelho é Diretora Executiva da TV Aratu, afiliada do SBT no estado, e é sobrinha de um governador da Bahia, Nilo Coelho, atual prefeito da cidade de Guanambi. O candidato concorrente de ACM ao governo da Bahia, Kleber Rosa (PSOL), protocolou um pedido de impugnação da candidatura de Ana Coelho por conta de seu cargo na TV Aratu. De acordo com Rosa, o nome da candidata ainda consta no no quadro de sócios e administradores do CNPJ da empresa, sendo que ela deveria ter se afastado das funções 6 meses antes do pleito eleitoral. O Tribunal de Justiça Eleitoral (TSE) ainda investiga as acusações.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, concedeu uma liminar para a aplicação de uma decisão de 2020 que previa a liberação de uma cota financeira para negros no fundo eleitoral nas eleições de 2022. Só nas eleições de 2020, quando a medida foi sancionada, 21 mil candidatos mudaram sua autodeclaração de cor e raça – o que equivale a 26% das candidaturas daquele ano. 

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

A bahia que não veremos em Renascer

A Bahia que não veremos em Renascer

Enquanto a estreia do remake da novela “Renascer” promete ressuscitar a cultura do cacau na Bahia nas telas e o culto ao “bom coronel”, a dramática realidade no Sul do estado contradiz a narrativa ficcional. “Renascer” busca entretenimento, mas o segundo estado com maior população indígena do Brasil enfrenta uma realidade que não é mostrada nas tramas televisivas.