A luta continua: eleição para Presidência será decidida no segundo turno

A apuração dos votos foi feita às 21h40 deste domingo (02). Resultado mostrou vantagem de Lula (48,43%) em cima de Bolsonaro (43,20%)
A luta continua: eleição para Presidência será decidida no segundo turno
A luta continua: eleição para Presidência será decidida no segundo turno

A apuração do primeiro turno mostrou a vantagem de Lula (PT), que saiu na frente apesar da força de Jair Bolsonaro nesta eleição. O atual presidente conquistou 43,20% dos votos e teve maior expressão em 12 estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal. Enquanto Lula conseguiu 48,43%, com maioria em 14 estados –  Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Bahia, Piauí, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Pará, Tocantins, Amazonas e Amapá.

Por: Dani Alvarenga

Bolsonaro corre o risco de ser o primeiro governante do país a não ser reeleito, já que é a primeira vez que um presidente vai para o segundo turno com menos votos do que seu adversário. Em 2018, Bolsonaro ganhou a eleição com 55,13% no segundo turno, mas no primeiro conseguiu apenas 46,03%. Os resultados de 2022 mostram que ele perdeu parte de seu eleitorado, que deve votar em Lula (PT) no dia 30 de outubro, quando acontece o segundo turno das eleições atuais. 

Contudo, as pesquisas subestimaram o conservadorismo e retrocesso do país, que se mostrou muito presente com o resultado dos cargos eleitos nesta eleição.

A eleição de governadores foi em direção oposta ao que mostrava as últimas pesquisas, pois os bolsonaristas saíram à frente dos candidatos de esquerda. Foram definidos 12 novos parlamentares: Gladson Cameli (PP) no Acre; Clécio Luís (Solidariedade) no Amapá; Ibaneis Rocha (MDB) no Distrito Federal; Ronaldo Caiado (União Brasil) em Goiás; Mauro Mendes (União Brasil) no Mato Grosso;  Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais; Helder Barbalho (MDB) no Pará; Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) no Paraná; Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro; Fátima Bezerra (PT) no Rio Grande do Norte; Antonio Denarium (PP) em Roraima; e Wanderlei Barbosa (Republicanos) no Tocantins. 

Já para o governo de São Paulo, os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 42,32%, e Fernando Haddad (PT), 35,70%, vão disputar o segundo turno. É a primeira vez em 30 anos que o PSDB fica fora da disputa pelo o estado paulistano. Os estados de Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Paraíba também foram para o segundo turno. 

No Senado, o conservadorismo também mostrou seu peso, elegendo Damares Alves (Republicanos) para o Distrito Federal com  44,98%; Hamilton Mourão (Republicanos) para o Rio Grande do Sul com 44,24%; Jorge Seif (PL) para Santa Catarina com 39,81%; Magno Malta (PL) para o Espírito Santo com 41,95%; Marcos Pontes (PL) para São Paulo com 49,74%; Sergio Moro (União Brasil) para o Pará com 33,55%; Tereza Cristina (PP) para o Mato Grosso do Sul com 60,86%; Romário (PL) para o Rio de Janeiro com 29,07%. 

No entanto, nada está perdido, pois a Bancada do Cocar conseguiu mostrar sua força com a eleição de deputadas federais como Célia Xakriabá (PSOL) eleita por Minas Gerais e Sonia Guajajara (PSOL) por São Paulo. Já para deputadas estaduais ganharam as parlamentares Rosa Amorim (PT) e Marina Santos (PT).

Votos nulos, brancos e abstenções 

O número das abstenções teve um significativo aumento nesta eleição. Foi o maior nos últimos 24 anos, quando 20,3% dos eleitores não votaram. Em 2022, 32 milhões não exerceram seu direito – e dever – democrático, representando 20,9% do eleitorado apto a comparecer na eleição atual. 

Já os votos nulos e brancos foram os menores desde 1994. Segundo o TSE, foram 54 milhões de votos brancos e nulos, representando 4,4% do total. O percentual é metade do registrado em 2018. 

Crimes eleitorais neste domingo

De acordo com o Boletim da Operação de Segurança das Eleições de 2022, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, publicado às 16h22min de hoje, foram registrados 939 crimes eleitorais desde o início da campanha, em agosto. Já o número de prisões foi de 307. 

Entre os delitos apontados, 233 eram ocorrências de boca de urna, 149 de compra de votos ou corrupção eleitoral e 33 violações ou tentativas de violação do sigilo do voto. Considerando todos os crimes eleitorais, o Estado com o maior número de registros é Minas Gerais (97), seguido de Goiás e Paraná, ambos com 91 casos, e Acre (72). 

Os delitos contabilizados apenas neste domingo de eleição foram 231 bocas de urna, 47 compras de votos e 32 violações ou tentativas de violação do sigilo do voto. Também foram registrados seis ocorrências de crimes comuns em regiões onde as eleições ocorriam e um contra candidatos. Desde o início da campanha ocorreram cerca de 64 crimes contra políticos que disputam as votações deste ano. 

Além disso, foram apreendidas cerca de 11 armas em todo o período eleitoral, as quais seis delas foram confiscadas neste domingo (02). 

Substituições de urnas

Balanço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou que 3.222 urnas eletrônicas tiveram que ser substituídas até às 16 horas. O número representa quase 0,7% das 472.075 disponíveis para as eleições. O TSE conta ainda com 63.185 urnas de contingência. 

Uma sessão teve que recorrer ao voto manual. O caso aconteceu em Muritiba, no Maranhão. 

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