A audiência de custódia do ex-deputado e bolsonarista Roberto Jefferson (PTB), que deu tiros de fuzil e lançou granadas contra policiais, aconteceu nesta terça-feira (25/10). Na frente do juiz, Jefferson voltou a ofender a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. O ex-parlamentar permanecerá preso e será transferido para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro. “Estou sendo massacrado e agora ouço a pérola da PGR (Procuradoria Geral da República) para me mandar para o hospital psiquiátrico. Tem gente no judiciário que precisa ir para o manicômio”, disse o aliado de Bolsonaro, alegando que sofre perseguição política pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Roberto Jefferson havia comparado Cármen Lúcia a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas” em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais. Na audiência, o político declarou “pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela [Cármen Lúcia] foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos, políticos. As outras fazem por necessidade”.
“Ele [Alexandre de Moraes] diz que eu faço parte de uma milícia digital, mas eu acho que ele faz parte de uma milícia judicial no STF, por isso nós temos problemas. Ele mandou a Polícia Federal na minha casa quatro vezes, mas com que fundamento? Busca e apreensão? De quê? Busca e apreensão genérica. Eles vão lá procurar algo para tentar me incriminar”, afirmou o ex-deputado. Roberto Jefferson é investigado pela sua participação em grupos de ataques à democracia em redes sociais e múltiplos insultos a ministros do Supremo.
Ele também foi alvo de uma operação de busca e apreensão na qual a Polícia Federal apreendeu fuzis, granadas e mais de 7.000 munições. De acordo com o sistema, o Certificado de Registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) dele está suspenso – ou seja, Jefferson não poderia portar nenhum tipo de armamento. O ex-parlamentar, que está sob investigação policial desde 2006 no processo do Mensalão, na verdade não poderia ter tido posse de nenhuma arma a partir desse ano.