O Ministério Público Federal (MPF) deu mais cinco dias para que o Ministério da Mulher apresente mais detalhes sobre as denúncias de exploração sexual na Ilha de de Marajó feita por Damares. O primeiro prazo venceu nesta segunda (17). O subprocurador-geral da República Carlos Alberto Vilhena enviou um ofício para Cristiane Britto, atual ministra da Mulher, anunciando o novo prazo
Por Emanuela Godoy
“Solicito a Vossa Excelência a gentileza de informar, detalhadamente, no prazo de 5 dias úteis, todos os casos de denúncias registradas, ainda em trâmite ou não, de 2016 a 2022, envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis supostamente praticados no Arquipélago do Marajó, inclusive os encaminhamentos dispensados a cada uma delas”, diz o documento enviado à senadora bolsonarista eleita pelo Distrito Federal.
Durante um culto no sábado (8), Damares contou sobre supostos abusos sexuais contra crianças e até recém-nascidos na ilha que fica no Pará. Trata-se de uma denúncia grave, mas que não foi comprovada pelo Ministério da Mulher. O culto religioso ocorreu na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiás, e contou com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
“Nós temos imagens de crianças nossas, brasileiras, com 4 anos, 3 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem no sexo oral. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal”, disse na ocasião a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
No culto, a ex-ministra também afirmou que o abuso com bebês cresceu nos últimos anos e que vídeos desses abusos custam em torno de R$50 mil e R$100 mil. Deputados do Partido dos Trabalhadores, como Alencar Santana Braga e Reginaldo Lopes disseram que a denuncia de Damares em período eleitoral expõe omissão do governo federal para punir esses pedófilos.