“Eu sou playboy! Não tenho culpa se seu pai é motoboy”, cantam futuros médicos

"Não tenho culpa se seu pai é motoboy”, gritavam alunos de medicina durante os jogos universitários "Intermed", em Vassouras (RJ)

“Ei! Eu sou playboy! Não tenho culpa se seu pai é motoboy”, cantavam alunos de medicina da Faculdade Iguaçu (UNIG), campus Itaperuna no Rio de Janeiro, durante os jogos universitários de medicina em Vassouras. O vídeo, publicado por uma aluna da instituição neste domingo (09/10), repercutiu nas redes sociais. Além do canto ofensivo, os torcedores ainda completavam gritando “meu dinheiro não acaba”. O valor da mensalidade para o curso de medicina da UNIG, atualmente, é de R$ 10.585,00.

Confira o vídeo:

Os jogos “Intermed”, como são chamados, reúnem alunos de universidades do Rio de Janeiro e Espírito Santo. O evento acontece anualmente e cantos ofensivos como esse são comuns entres os estudantes. Em nota, a UNIG afirma que “não tem ingerência sobre cânticos ou gritos de guerra entoados pelos alunos, principalmente em ambiente externo”. Já o Diretório Acadêmico Renam Catharina Tinoco, que representa os alunos da universidade, diz que não compactua “com nenhum tipo de repressão ou desrespeito à raça, gênero ou classe social. A ação de alguns alunos não representa o pensamento dos demais”.

Os jogos universitários “Intermed” acontecem por todo Brasil com diferentes representações esportivas de cursos de medicina. Eles são comumente protagonizados por episódios como o visto em 2017, quando um aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) afirmou ter sido vítima de racismo durante uma partida de vôlei contra a Pontifica Universidade Católica de Sorocaba e Campinas. “Eu estava no aquecimento e ouvi alguém dizendo ‘olha a sua cor, você é negro, com certeza passou por cotas'” relatou o menino.

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

A espetacularização apolítica

Por Helcimara Telles, doutora em Ciência Política, professora da UFMG e presidente da ABRAPEL – Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais Professores e pesquisadores de diversas

Sobre a crise na UERJ

Por RODRIGO PEREZ OLIVEIRA, professor de História na UFBA Ao longo das últimas semanas, vimos acontecer aquela que talvez tenha sido a maior crise em