Nesta quarta (8), o Flamengo disputou no Maracanã a vaga pela final da Libertadores contra o time Argentino Vélez Sarsfield. No pré-jogo, a repórter Jéssica Dias, da emissora ESPN, comentava a emoção dos torcedores. Foi quando, em meio aos cantos dos rubro-negros, o torcedor Marcelo Benevides Silva beijou a repórter no rosto seu seu consentimento durante a transmissão ao vivo.
No momento do assédio, Jéssica ficou paralisada, sem reação. A equipe que estava na sede emissora transmitindo o jogo se solidarizou: “Estava indo tudo tão bem. A torcida estava ótima. Aí vem um palhaço desses”. Para a polícia, a repórter disse que Marcelo Benevides Silva já estava a incomodando antes da transmissão ir ao vivo. Foram xingamentos e vários beijos no ombros, conta Jéssica.
“Antes tiveram muitos xingamento e importunação pq o ao vivo demorava. Pedi calma e para que não ficasse xingando, não precisava. Vieram os “pedidos de desculpa” com alisamentos nos ombros e um beijo no local.” (Jéssica Dias em suas redes sociais)
Segundo a ESPN, a equipe de pauta da Jéssica conseguiu segurar Marcelo e pediu que policiais o levassem para a delegacia. O flamenguista, percebendo a situação, tentou escapar, mas o cinegrafista da emissora conseguiu o localizar. Levado ao Juizado Especial do Torcedor, no Maracanã, Marcelo tefve que depor. O Flamengo enviou dois advogados para acompanharem Jéssica, que decidiu levar adiante a queixa de assédio.
“Poderia ter sido na boca e não mudaria nada. Eu sofri importunação sexual enquanto trabalhava e isso é crime. Eu não queria beijo, não queria carinho, não queria passar 3h em uma delegacia. Eu só queria trabalhar”, desabafou a repórter em suas redes sociais.
Essa não foi a primeira vez que uma repórter mulher é assediada ao vivo durante a cobertura de um jogo de futebol. Em 2018, a repórter Bruna Dealtry, dos canais Esporte Interativo, foi assediada com um beijo na boca. Ela estava fazendo a cobertura pré-jogo de uma partida das Libertadores entre o partida entre Vasco e Universidad Catolica,
A invasão das mulheres no jornalismo esportivo de televisão foi algo conquistado recentemente. E, infelizmente, esteriótipos machistas continuam sexualizando essas jornalistas que trabalham com esporte. O caso da semi-final no Maracanã foi um entre tantos.