Nesta quarta-feira (31), Bolsonaro levou ao Congresso Nacional proposta que prevê para 2023 um salário mínimo de R$ 1.302. Hoje, o valor é de R$ 1.212. Significa um aumento do R$ 90. Aumento? É triste, mas esses R$ 90 a mais representam um reajuste de 7,42%. Nos últimos 12 meses, entretanto, a inflação ficou em 10,07%. Se fosse aplicado esse índice, que apenas compensaria as perdas salariais da inflação, o valor do mínimo deveria ser de R$ 1.349,59. Ou seja, os trabalhadores, aposentados e pensionistas, cujos benefícios são calculados com base no salário mínimo, estão perdendo para a inflação. A culpa é de quem? De Bolsonaro e seu ministro satânico, Paulo Guedes. Os dois juntos decidiram que todos os “aumentos” do mínimo, na verdade, têm de ser perdas! A inflação é sempre maior do que o reajuste dado. O nome disso: ódio dos trabalhadores. Jair Bolsonaro é o primeiro presidente desde o Plano Real que faz com que o salário mínimo perca o poder de compra.
Desde de 2019, o poder de compra dos pobres despenca. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo socioeconômico (DIEESE), o piso de 2022 não é suficiente para comprar nem uma cesta básica na cidade de São Paulo. O parâmetro é a cesta básica nacional, quem contém carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes pão francês, cafe em pó, banana, açucar, banha ou óleo e manteiga. No mês de maio, em São Paulo, enquanto o salário mínimo estava cotado em R$ 1.212, uma cesta básica pagava R$ 1.226,12, o que fica R$ 14,12 a mais do que o mínimo.
A vida de miséria que leva parte da população brasileira, entretanto, não é fruto apenas do péssimo cenário econônomico em que o país se encontra. Com inflação de 6,8%, Bolsonaro usa a crise como desculpa. Lula, quando foi eleito em 2002, iniciou seu mandato com uma inflação de 12,53% ao ano, maior do que aquela com a qual Bolsonaro está lidando. Entretanto, foi nos dois governos Lula que o salário mínimo mais se valorizou e que o poder de compra do trabalhador mais cresceu. Ou seja, a crise econômica não é desculpa.
Em 2006, o salário mínimo comprava duas cestas básicas nacionais. Durante o governo Dilma, em 2014, com a inflação em 6,41%, o salário mínimo ainda comprava duas cestas básicas. Em 2011, Dilma instituiu a política de reajuste do mínimo, que previu a correção do salário com base na inflação do ano anterior mais um aumento com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Ou seja, o salário mínimo crescia acima da inflação. Essa política foi aniquilada em 2019, quando Jair Messias Bolsonaro passou a ocupar a cadeira da presidência.
Liderando nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem como uma de suas principais promessas retomar a política de valorização do salário mínimo. Para Lula, se os pobres ganharem mais, eles vão comprar mais, vão se abrir mais postos de trabalho, a economia crescerá e haverá comida, saúde, educação, moradia digna, diversão e arte para todos os trabalhadores. Faz sentido, não é?
2 respostas
Aonde é que vocês compram cesta básica?