Essa não é mais uma matéria sobre algum crime hediondo de Samuel Klein ou Saul Klein, velhos conhecidos da justiça brasileira. Dessa vez, os holofotes estão em Philip Klein, empresário de 32 anos, filho de Saul e neto de Samuel. Aparentemente, a árvore genealógica Klein está contaminada pelo machismo e misoginia.
Philip não tem vínculos diretos com a Casas Bahia, criada pelo seu avô, já que não é herdeiro da empresa. Possui duas sociedades com seu pai, e é proprietário de um bar e de uma organizadora de eventos. Em 2020, surgiu a primeira condenação do empresário: urinou em uma desconhecida durante um voo comercial. Segundo relatos, o horário do voo atrasou, e Philip e seus amigos começaram a ingerir bebidas alcoólicas ainda em solo. Depois que o avião decolou, o homem se dirigiu ao banheiro e, antes de chegar, acabou urinando em uma passageira. Mesmo ante os gritos de desespero de sua vítima, Philip Klein só parou com a ação depois de terminar. Depois, foi ao seu assento e começou a dormir. Ele foi preso, acusado pelos crimes de ato obsceno e atentado contra a segurança de transporte aéreo, mas logo foi solto sob pagamento de fiança.
Em 2021, Philip Klein protagonizou mais uma história criminosa. Uma ex-companheira do empresário prestou queixa contra ele, após sofrer agressões e uma tentativa de mantê-la em cárcere privado. Na ocasião em que aconteceram, Philip Klein pediu que sua companheira ficasse trancada em um quarto, enquanto realizava uma “festa de putaria”. Segundo ela, o homem pegou uma faca para ameaçá-la, além de ter puxado seu cabelo e a ter arrastado pelo chão. A mulher foi encaminhada ao hospital, e depois de realizar o corpo delito, conseguiu uma medida protetiva urgente contra ele. Inconformado com a denúncia, Philip tentou arrumar algum álibi para as agressões que cometeu. Para isso, contratou um detetive particular para investigar se a vítima estava tendo algum relacionamento com outro homem.
O legado controverso dos Klein
Samuel Klein, o patriarca da família, era o fundador da Casas Bahia, rede popular de varejo de móveis, e o precursor na linhagem de crimes. Falecido em 2014, o empresário foi acusado de explorar e abusar sexualmente de menores de idade, que variavam entre 9 e 16 anos, apenas em 2021, 7 anos depois de sua morte. Uma das vítimas, em entrevista ao portal Agência Pública, afirmou sofrer seu primeiro – de muitos – abusos aos 13 anos. A rede de exploração de meninas acontecia, inclusive, sob o teto das empresas de Klein. O empresário nunca foi preso, e morreu em liberdade
Saul Klein, pai de Philip, seguiu os infelizes passos de seu pai. Atualmente, Saul é acusado de ter estuprado 14 mulheres diferentes. O documentário do portal UOL “Saul Klein e o império do abuso” registrou em vídeo a história de Saul e a denúncia de algumas vítimas. Uma das mulheres abusadas disse que Saul Klein chegou até ela por intermédio de uma oferta de trabalho de modelo, feita através das redes sociais. Ela receberia um pagamento em dinheiro. Ao chegar ao local combinado, a vítima foi estuprada. A justiça já indiciou Saul pelos crimes de organização criminosa, trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição, favorecimento à prostituição e falsificação de documento público. Mesmo assim, ele nunca foi preso.
Até quando esses criminosos condenados continuarão vivendo em liberdade? Uma família com tantos crimes contra mulheres nas costas continuará impune? Agora, imagine só se os acusados fossem pessoas negras e pobres, em vez dos poderosos brancos do império Klein… “Justiça” injusta demais!