Nessa quarta-feira (17), a Polícia Federal afirmou ao ministro Alexandre de Moraes do STF que Bolsonaro (PL) cometeu incitação ao crime quando comparou vacina da covid à aids. A fala do presidente ocorreu durante uma transmissão ao vivo no dia 21 de outubro do ano passado. Nessa live, o político ainda desestimulou o uso de máscaras e mencionou que existiam relatórios oficiais do Reino Unido que comprovavam com a sua fala. Foi necessário que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarecessem que as vacinas não trazem doenças. Incitação ao crime, no código penal, pode resultar em prisão de três a seis meses ou multa.
No relatório enviado ao STF, assinado pela delegada Lorena Lima Nascimento, a PF escreveu que a conduta de Bolsonaro descumpriu normas sanitárias do governo. Disseminando informações falsas de forma consciente, o presidente incentivoou seus seguidores a não tomarem a vacina. A delegada afirma que o presidente provocou um “verdadeiro potencial de provocar alarma junto aos expectadores, ao propagar a desinformação de que os ‘totalmente vacinados contra a Covid-19’ estariam ‘desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto'”.
Lorena Nascimento pediu ao ministro Alexandre de Moraes que sejam formalizados os indiciamentos nos autos. Entretanto, é preciso que seja julgado antes um recurso da Procuradoria-Geral da República que tinha questionado a decisão que havia determinada a instauração do inquérito sobre o caso. Por causa da CPI da covid, o inquérito sore o caso havia sido aberto por Moraes em dezembro de 2021.
De acordo com a PF, o que Bolsonaro fez é semelhante ao modelo de disseminação de fake news que prejudicam as instituições de Estado. Entre as etapas desse modelo estão: a divulgação de conteúdo falso em grande volume, a distribuição de material de forma rápida e argumento de compromisso com a verdade.