Na tarde de ontem (09), o Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância do Ministério Público, denunciou o vereador de São Paulo, Camilo Cristófaro (Avante), por racismo e ameaça à Dilza Maria, liderança comunitária do Parque do Gato, periferia da capital.
O inquérito estava parado na delegacia desde 2020. O vereador se recusava a prestar esclarecimento e agora foi denunciado criminalmente. AgoraCristófaro responderá na Justiça e se condenado, além de indenizar a vítima, poderá também perder o mandato.
Os fatos teriam ocorrido em 2020, quando Cristófaro, na presença de outras pessoas, apontou para Dilza a insultando: “negra safada, negra bandida, negra traficante, negra golpista e oportunista, você esta ganhando quatro mil reais de cada pessoa aqui por mês.” O vereador ainda usou do parentesco com o sub-prefeito da Sé para ameaçar de prender a liderança, e por isso foi denunciado por injúria racial e ameaça.
“É um passo importante. Isso porque o inquérito ficou parado na delegacia durante 2 anos, e só agora com a repercussão as autoridades decidiram se movimentar. Dilza foi ouvida pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância do Ministério Público. Não há o que se comemorar num processo penal, não há como desfazer as ofensas e humilhações que Dilza passou, mas a Justiça pode e deve combater esse tipo de conduta.”, comentou o advogado da vítima, Jorge Ferreira.
Cristófaro já enfrenta um processo de cassação na Câmara por ter sido flagrado dizendo “coisa de preto” na Câmara Municipal, no dia 3 de maio. A fala foi dita pelo vereador, que participava de uma sessão da CPI dos Aplicativos, enquanto ele participava de maneira remota, ao deixar o microfone ligado. No último dia 24, o plenário da Câmara aceitou a abertura de processo disciplinar contra o Cristófaro.