Durante as recentes eleições presidenciais de 2021 na Síria, tive a oportunidade de participar da Delegação Internacional de Observadores. Esta é nossa declaração conjunta.
Esta delegação independente foi reunida para testemunhar as eleições presidenciais de 26 de maio de 2021 na Síria e para investigar as condições locais da vida síria no período atual.
Ativistas e jornalistas da Palestina, Síria, África do Sul, França, Canadá e Estados Unidos se juntaram a esta delegação a convite do Movimento de Solidariedade pela Síria e Árabes Americanos pela Síria. Esta declaração conjunta resume nossas conclusões sobre a eleição e o que ela significa para os sírios.
No dia da eleição, nossa delegação viajou para bairros que estavam fora do controle do governo quando as últimas eleições presidenciais ocorreram em 2014. Notavelmente, visitamos locais de votação nas cidades de Arbeen e Douma, na região leste de Ghouta, sudeste de Damasco, para onde os residentes estão voltando e começando a reconstruir suas casas, alguns após anos procurando refúgio em outros lugares.
Testemunhamos os sírios votando secretamente em locais de votação onde monitores de partidos da oposição estiveram presentes ao lado de funcionários eleitorais, de acordo com a Constituição da República Árabe Síria.
Não vimos nada que indicasse injustiça ou coerção na votação.
Também conduzimos extensas entrevistas com membros do público em geral sírio. Não fomos inibidos de forma alguma de conduzir essas entrevistas e podíamos fazê-lo livremente, fora da presença de funcionários do governo.
De forma esmagadora, descobrimos que o povo sírio atribui um enorme significado a esta eleição. Durante e após a eleição, observamos um grande entusiasmo. Parecia genuíno e generalizado.
Para muitos sírios, a eleição representa o fim iminente da guerra, a derrota de conspirações estrangeiras e a esperança no futuro. Para os jovens, ele encapsula o primeiro período de relativa estabilidade que eles experimentaram em sua memória viva. Muitos expressaram que não estavam simplesmente votando em seu candidato preferido, mas em uma Síria soberana e unificada, livre de interferências imperialistas. Para eles, a eleição presidencial foi um referendo sobre o direito do povo sírio de determinar seu próprio futuro.
É a conclusão unânime dos representantes abaixo assinados da Delegação Internacional para as Eleições Presidenciais da Síria de 2021, que a reeleição do Presidente Bashar al-Assad, do Partido Socialista Árabe Ba’ath e da Frente Nacional Progressista, configura processo legítimo e democrático e de expressão do povo sírio.
Ted Kelly
Centro de Ação Internacional
Co-editor do Tear Down the Walls!
Wyatt Miller
Comitê Anti-Guerra de Minnesota, EUA
Kobi Guillory
Co-presidente da Aliança de Chicago contra o Racismo e a Repressão Política
Amal Wahdan
Coordenadora da Assembleia Estadual Democrática
Movimento de Solidariedade à Síria
Ramallah, Palestina
Mpho Masemola
Secretário-geral da Associação de Ex-prisioneiros Políticos da África do Sul (EPPA)
Membro do ‘Umkhonto we Sizwe’ (MK), ala militar do Congresso Nacional Africano
Johnny Achi, E.E.
Co-fundador do Árabes Americanos pela Síria
Daniel Kovalik
Professor Adjunto de Direitos Humanos Internacionais, Escola de Direito da Universidade de Pittsburgh
Alain Corvez
Consultor em estratégia internacional, França
Rick Sterling
Jornalista, EUA
Paul Larudee
Acadêmico aposentado, administrador de ONGs e técnico de piano
Confira o texto original em inglês aqui
Tradução: Juliana Medeiros