8 de março de 2017: um feminismo além das fronteiras

Foto: Lucas Bois/ Jornalistas Livres

A gente tem aprendido sobre a sororidade – união e aliança entre mulheres baseada no companheirismo em busca de objetivos comuns. E temos praticado. Muito. A cada dia. Esse 8 de março com certeza foi diferente. As mulheres sorriam umas pras outras, mesmo não se conhecendo.

 

Foto: Maxwell Vilela/ Jornalistas Livres

Nesse dia Internacional delas, o chamado para as ruas ultrapassou a luta contra o machismo. E são tantas as pautas…

Em várias partes do mundo, mulheres têm se organizado e manifestado contra o sistema capitalista e a opressão do patriarcado. No Brasil, o golpe que rompeu com a democracia atingiu em cheio as mulheres. Enquanto estávamos ali na concentração na Praça da Liberdade, por volta das 3 da tarde, tentava me recordar do último 8 de março, em 2016. Sim, há um ano gritávamos nas ruas contra o golpe que passaria na Câmara dos Deputados em pouco mais de um mês: “Fica, Dilma! Fica, querida!”

Foto: Maxwell Vilela/ Jornalistas Livres

Alguém do Psol me lembrou que eles não. Eram pelas eleições gerais. “Não éramos pelo Fica Dilma porque acreditávamos que ela não tinha mais representatividade.  Houve dois atos no ano passado aqui em Belo Horizonte no 8 de março, um pelo Fica Dilma e outro pela pauta das mulheres. Optamos pelo segundo. Mas eu achei muita sacanagem o que alguns setores do PT fizeram com a Dilma. Eles não compraram a bandeira do Fica Dilma”.

Muitos que deveriam ter “comprado” essa bandeira não o fizeram. Deu no que deu. O golpe passou e hoje, apesar de tantas conquistas a se ter, mulheres lutam por direitos básicos.  A Reforma da Previdência, proposta pela PEC 287, prejudicará toda a sociedade, mas principalmente as mulheres, que mantêm jornadas duplas e às vezes triplas.

Foto: Lucas Bois/ Jornalistas Livres

O recado foi principalmente para a trabalhadora: “Trabalhadora, preste atenção! O Michel Temer só governa pra patrão”!
A pauta das mulheres não ficou de fora. Jamais. A luta é contra o patriarcado e o machismo, a violência contra as mulheres, e também contra o capital, a exploração, a transfobia, o racismo.

Foto: Maxwell Vilela/ Jornalistas Livres

Muitas mulheres foram lembradas hoje: as assassinadas, as agredidas, as caladas pela polícia. Uma diversidade de vozes invadiu as ruas. Pedidos de Fora Temer, de basta à violência e ao preconceito, de greve geral já. Eram brancas, negras, lésbicas, trans, crianças, idosas, homens. A forte chuva que caiu no fim da tarde, quando a marcha tinha deixado a Praça da Liberdade e alcançava o centro,
não impediu as mulheres de continuar a caminhada de luta.

Foto: Maxwell Vilela/ Jornalistas Livres

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