15 barcos com garimpeiros bombardeiam comunidade ianomâmi
Indígenas da Comunidade Palimiú, na Terra Yanomami, estão sendo massacrados; garimpeiros fortemente armados fazem tiro ao alvo contra os moradores desarmados
“ATENÇÃO, BOA NOITE! Acabei de receber ligação de um novo ataque, neste momento, às 9h44, de lideranças da comunidade Palimiú. Os garimpeiros estão atacando novamente neste momento. Bombardearam a comunidade e jogaram spray. Os ianomâmi estão vulneráveis. O quadro é muito preocupante e eles estão lá, gritando a guerra. São 15 barcos com garimpeiros, e está aumentando a violência grave. Como nós vamos fazer agora? Vamos pedir às autoridades emergência. Estou muito triste. Precisamos apoiar a força dos nossos parentes da comunidade Palimiú. Precisamos jogar nas redes sociais. Muito urgente!”
Ouça o aúdio:
Assim uma liderança indígena ianomâmi pede socorro aos seus parentes e a nós, que moramos nas cidades. Não podemos mais assistir indiferentes à dor e à morte desse povo originário.
Incentivados pelo presidente genocida Jair Bolsonaro, a Terra Ianomâmi (RR) está sendo invadida por hordas de garimpeiros fortemente armados. Nada menos do que 25 mil deles tomaram de assalto o território e estão envenenando os rios com mercúrio, devastando as florestas e matando os verdadeiros donos da terra de fome, doença e tiro. Cercados, os ianomâmi não podem sair para caçar, não têm mais acesso aos postos de saúde, tomados pelos garimpeiros e ainda estão expostos ao contágio por doenças trazidas de fora de seu território.
São cerca de 25 mil ianomâmi vivendo na terra indígena. Há, portanto, um garimpeiro fortemente armado para cada indígena, incluindo velhos, mulheres e crianças.
A maioria dos garimpeiros é recrutada nas grandes cidades do norte e nordeste do País. Mas não se trata de miseráveis. Surpreende o maquinário potente (barcos, tratores e retroescavadeiras, além do moderno arsenal de que dispõem), o que é indicativo de que os garimpeiros sejam financiados por grandes interesses econômicos interessados nos minérios do subsolo amazônico.
A Hutukara Associação Yanomami (HAY) informou a morte de duas crianças ianomâmi, após os ataques dos garimpeiros contra a comunidade, ocorridos no começo da semana passada.
Aos jornalistas, as lideranças disseram que estão muito tristes, que estão de luto e que estão muito cansados. Os indígenas não podem dormir por causa dos tiros que os garimpeiros vêm disparando, inclusive à noite, para deixá-los exaustos
2 respostas
Tem que ser apurado e que as autoridades tome as devidas providências
Com tanta injustiça
Isso e um absurdo, durante 50 anos de idade nunca vi uma falta de respeito ,uma vulnerabilidade, falta de segurança, descaso com os povos indígenas por parte desse Governo Federal que tem interesse no genocídio, morte e dispersão dos povos indígenas dos seus territórios , para a garimpagem desesperadas e criminosa, incitada e financiada por estes que estão aí no poder, e ganham para nós proteger em nossos territórios.